quarta-feira, 23 de março de 2016

Maconha: saiba as consequências do uso medicinal e recreativo, legalização e regulamentação

Sabemos que a maconha ainda permanece mal compreendida pela nossa sociedade. A desinformação sobre o tema impossibilita que pessoas possam se beneficiar para melhorar sua qualidade de vida, sendo que a eficácia do uso medicinal da planta em si já é comprovado.
Aonde é comprovada a eficácia de uso medicinal? A Food and Drug Administration (FDA), órgão de regulação de mendicamentos nos Estados Unidos, autoriza o uso dos seguintes remédios produzidos em laboratório a partir de componentes da maconha:

  • O Marinol, uma versão sintética do tetraidrocanabinol (THC), indicado para controlar efeitos adversos da quimioterapia.
  • O spray de uso oral Sativex, com extratos de maconha ricos em THC e canabibol (CBD) parar tratar espasmos musculares da esclerose múltipla. 
  • Óleo de cânhamo, utilizado como suplemento alimentar por famílias para controlar crises epiléticas em crianças diagnosticadas com síndromes raras. 
No Brasil o uso de todos esses medicamentos ainda não é legalizado, porém no início de 2015, a Anvisa transferiu o canabidiol (CBD) para lista C1 de substâncias controladas, que são possíveis de importar com prescrição médica. Neste mesmo período o Conselho Federal de Medicina autorizou o uso compassivo do CBD, para casos específicos de epilepsias em crianças e adolescentes que não respondem a tratamentos convencionais. 

Sabemos porém que existe uma diferença entre uso medicinal e uso recreativo. O uso medicinal indica o uso de medicamentos derivados de componentes da cannabis, podendo ser através de inalação, já o uso recreativo busca os efeitos psicoativos da planta, como fluidez de pensamento, relaxamento, euforia, que variam de acordo com a quantidade de da droga consumida, sendo que cerca de 9% de pessoas que utilizam maconha tornam-se dependentes. 

Atualmente a cannabis é proibida no nosso país, e portar a droga é crime. Porém existem várias discussões em jogo para a legalização e regulamentação do uso da droga, sendo que em alguns contextos a discussão sobre a droga permanece uma "espécie de tabú cultural."

Existe uma discussão sobre a possível relação entre o consumo de maconha no começo da juventude e um posterior surgimento de transtornos psicóticos.  Os dados porém não são suficientes para inferir correlação causal direta entre o uso da maconha e o surgimento de psicoses, afirma o psiquiatra Luís Fernando Tofóli, professor da Unicamp.

Adolescentes merecem atenção especial no debate sobre possíveis efeitos nocivos da maconha, devem ser fortemente desencorajados a consumir a droga, não só pelo risco potencial de psicose, mas também pela associação com maior risco de dependência de maconha.  Existe o risco que o uso precoce da maconha interfira no desenvolvimento pleno do cérebro e no desempenho de algumas funções.

O que os pais devem saber sobre a maconha? Adolescentes são propensos à dependência quando são expostos de forma descuidada, e se o ambiente "ensina" o consumo consciente, os riscos podem ser menos graves.  A maconha comprada na rua é contaminada e degradada, além de conter doses desconhecidas de canabinoides.


Fonte: Scientific American / Mente Cérebro 2016









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